Dia do Trabalho - 1 de Maio


O Dia do Trabalho é uma data universal.

Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é uma data comemorativa usada para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Nessa mesma data, em 1886, ocorreu uma grande manifestação de trabalhadores na cidade americana de Chicago.


Milhares de trabalhadores protestavam contra as condições desumanas de trabalho e a enorme carga horária pela qual eram submetidos (13 horas diárias). A greve paralisou os Estados Unidos. No dia 3 de maio, houve vários confrontos dos manifestantes com a polícia. No dia seguinte, esses confrontos se intensificaram, resultando na morte de diversos manifestantes. As manifestações e os protestos realizados pelos trabalhadores ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket.



Em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical chamada Segunda Internacional instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores organizados, para, assim, lutar pelas 8 horas de trabalho diário. Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional.



Após a França estabelecer o Dia do Trabalho, a Rússia foi o primeiro país a adotar a data comemorativa, em 1920. No Brasil, a data foi consolidada em 1924 no governo de Artur Bernardes. Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício ao trabalhador passaram a ser anunciadas nessa data. Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos deles.



Profº Cleber de Oliveira - Escola Brasil

Voto de Joaquim Barbosa é o quinto do Supremo a favor das cotas raciais em universidades

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília Joaquim Barbosa foi o quinto ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a votar a favor da reserva de vagas em universidades públicas com base no sistema de cotas raciais. Para ele, as ações afirmativas são políticas públicas voltadas à concretização da neutralização dos efeitos perversos da discriminação racial, de gênero, de idade e de origem.
É natural que as ações afirmativas sofram um influxo de forças contrapostas e atraiam resistência da parte daqueles que historicamente se beneficiam da discriminação de que são vítimas os grupos minoritários, disse o ministro. 

PESQUISA DO INCOR CONSTATA QUE A MAIORIA DOS HIPERTENSOS NÃO CONSEGUE MUDAR DIETA PARA CONTROLAR A DOENÇA

A história se repete. O paciente chega ao consultório do médico e, ao ser perguntado se está seguindo a dieta com baixo teor de gordura e de sódio, jura de pés juntos que, sim, segue à risca as orientações do médico e da nutricionista. O aparelho de medicação de pressão arterial, contudo, conta outra história. A pressão arterial do paciente continua em níveis altos. Das duas uma, pensa o médico, ou o paciente não está tomando os medicamentos corretamente ou, o mais comum, não consegue abrir mão de uma dieta alimentar rica em sódio e gorduras, principais vilões da pressão arterial.


Ler na íntegra! 

Publicada lei que declara Paulo Freire patrono da educação brasileira

Paulo_freire_hg_20120416




Ler na Íntegra!

Justiça condena SP a pagar multa de R$ 1 milhão por permitir 'vestibulinho'

Estado e União não fiscalizaram prática, segundo Justiça Federal.
Exame não pode ser usado para acesso ao ensino fundamental.

A Justiça Federal condenou a União e o estado de São Paulo a pagar R$ 1 milhão por não impedirem que escolas apliquem o vestibulinho às crianças que pretendem ingressar no primeiro ano do ensino fundamental. Um parecer emitido em 2003 pelo Conselho Nacional de Educação vetou a prática e considerou que o vestibulinho não pode ter efeito classificatório, ou seja, impedir que uma família matricule seu filho na escola em razão do resultado.

A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público Federal em 2005. Uma liminar foi concedida no mesmo ano proibindo o vestibulinho em colégios de São Paulo. Em 2006, outra liminar foi concedida contra a União e o estado paulista determinando que deveria ser feita a divulgação de que o vestibulinho é proibido.
No último mês de março, a Justiça julgou o mérito da ação. O entendimento foi que houve omissão e que a prática de aplicação de vestibulinho não foi fiscalizada de forma adequada.
O Ministério da Educação disse nesta terça-feira (17) que não foi notificado sobre a decisão e que, portanto, não iria se manifestar. A Procuradoria Geral do Estado afirmou que interporá o recurso cabível no prazo legal.

Vandalismo prejudica alunos de escolas da rede pública de Campinas

Três escolas suspenderam aulas na segunda-feira, após depredações.
Unidade do bairro San Martin foi invadida oito vezes este ano.
Escola vítima de vandalismo na região de Campinas  (Foto: Reprodução EPTV)

Justiça

SP vai recorrer multa no caso "vestibulinhos"

Ver a reportagem, clique abaixo!


http://www.cotrimclipping.com.br/arquivos/valob418_04ape.jpg

Educação



Ler na Íntegra>>

Eventos Históricos - 22 de Abril

1056 - Observada uma supernova na Nebulosa do Caranguejo.

1073 - É eleito o Papa Gregório VII.

1418 - Encerramento do Concílio de Constança, que resultou no fim do cisma da Igreja.

1500 - O navegador português Pedro Álvares Cabral torna-se oficialmente o primeiro europeu a chegar ao Brasil.

1509 - Início do reinado de Henrique VIII de Inglaterra.

1769 - Madame du Barry torna-se a concubina oficial de Luís XV.

1945 (Segunda Guerra Mundial) - Adolf Hitler sofre de um colapso nervoso enquanto os soviéticos lançam um ataque maciço contra Berlim.

1947 - Inauguração da Via Anchieta, estrada brasileira que liga São Paulo a Santos.

1949 - Inauguração da primeira linha de trólebus da cidade de São Paulo, que partia da Praça General Polidoro, na Aclimação e ia até a Praça João Mendes, no centro.

2008 - Um. terremoto de 5,2 graus atinge as regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Esta é uma boa dica aos jovens que estão se preparando para os vestibulares...!

É hoje!!! Lançamento do Livro "Delitos Poéticos"

Lançamento Oficial do livro 'Delitos Poéticos' de André Gandolfo


Hoje acontecerá na cede da Casa do Poeta e do Escritor de Jales o lançamento do livro 


'Delitos, as 20:30 hrs. 


Poéticos' com poeta, compositor e músico André Gandolfo.

Uma mistura de humor, poesia, filosofia, musicalidade, provocação, concretismo e 


contemporaneidade. Além, é claro, de algumas das maravilhosas e criativas ilustrações da 


desenhista Rafaela Miyai.

Não fique fora dessa deliciosa onda de juventude e literatura!



Contato: andregandolfo@andregandolfo.com


Visite o site oficial:


www.andregandolfo.com

A literatura brasileira mundo afora

Feira de Livros de Bogotá

Educação

Participe do seminário "PCdoB 90 anos"

O seminário "PCdoB 90 anos: história, legado, lições e alternativa socialista" será realizado nos dias 20 e 21 de abril de 2012 no campus Paraíso da Universidade Paulista (Unip), na Rua Vergueiro nº 1.211, em São Paulo. São convidados dirigentes, militantes do PCdoB e outras personalidades. Confirme sua presença por este e-mail: inscricoes@grabois.org.br Participe!
Cartaz do Seminário 
Arte: Cláudio Gonzalez

No âmbito das comemorações dos seus 90 anos, o PCdoB e a Fundação Maurício Grabois realizam essa atividade para debater a presença da legenda comunista na história do país. Como o Partido marcou com suas bandeiras a história nacional e, ao mesmo tempo, como foi influenciado por ela. Será ressaltado, também, o legado dos comunistas à construção do Brasil.
Por outro olhar, se verá que as lições dessa longa trajetória são diretrizes para o Partido seguir avante, com acúmulo crescente de forças. Finalmente, será discutido a alternativa do socialismo na contemporaneidade e no contexto da presente crise do capitalismo mundial.
Confira abaixo a programação do seminário.


Profº Cleber de Oliveira

Meu amigo, minha amiga

Educação, Direitos Humanos, desigualdades sociais, étnicas e de gênero, cultura, religiões de matrizes africanas, segmento LGBTT e juventude foram assuntos que priorizamos no primeiro ano do nosso mandato com uma consistente produção legislativa. Isso só foi possível por causa da sua contribuição. Para estreitarmos esse diálogo e construirmos um mandato participativo, criamos mais um canal de comunicação. Por meio desse informativo eletrônico, você tomará conhecimento de todas as nossas ações e poderá enviar suas sugestões e propostas.

Participe!


Carnaval


Apaixonada pelo Carnaval, a deputada Leci Brandão desfilou em duas escolas de samba de São Paulo: Acadêmicos do Tatuapé e Vai-Vai. Leci foi homenageada pela Acadêmicos do Tatuapé, que contou sua história de vida na avenida. A agremiação foi vice-campeã do grupo de acesso e, em 2013, vai desfilar no Grupo Especial. Parabéns Acadêmicos do Tatuapé e a todas as escolas de samba de São Paulo pelo belíssimo Carnaval!



Comissão de Educação realiza audiência pública para debater jornada extraclasse


Com a participação de grande número de professores da rede estadual de ensino, a Comissão de Educação promoveu no dia 8/2 audiência pública para debater o cumprimento da jornada extraclasse da categoria, um direito garantido aos professores pela Lei Nacional do Piso e que, segundo a Apeoesp, não está sendo cumprido no Estado. "Atualmente os professores se sentem agredidos e desvalorizados. Precisamos resgatar a dignidade dessa categoria tão importante para o desenvolvimento do nosso país", disse Leci, que é membro da Comissão de Educação.


Alckmin veta projeto de lei

A regulamentação do projeto de lei que trata da obrigatoriedade de fixação de placas para a divulgação da Lei estadual 14.187/2010, de autoria da deputada Leci Brandão, foi vetada pelo governador Geraldo Alckmin. Gastos de divulgação com a medida e problemas jurídicos foram as justificativas.

Leci se reúne com Secretário de Estado para criar campanha de combate à discriminação

No dia 4 de janeiro, o Secretário Adjunto da Justiça e da Defesa da Cidadania, Fabiano Marques de Paula, recebeu a deputada estadual Leci Brandão, para discutir a criação de uma campanha para fortalecer o combate à discriminação racial e ações para reconhecimento das comunidades de terreiro e quilombolas do Estado. O coordenador de Políticas para População Negra e Indígena, da Secretaria da Justiça, Antonio Carlos Arruda, também participou da audiência.


Ação para superação do racismo


A deputada Leci Brandão apresentou projeto para a criação do Fundo para a Superação da Discriminação Racial e Promoção da Igualdade. O Fundo terá como objetivo dar apoio financeiro a projetos e campanhas voltados ao enfrentamento da discriminação racial e promoção da igualdade. Outra proposta a ser apresentada pela deputada será a de aumentar os recursos do orçamento da Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena e do Conselho Estadual de Participação e do Desenvolvimento da Comunidade Negra.



Odoyá!


No dia 2 de fevereiro, a deputada Leci Brandão se juntou aos devotos de Iemanjá em procissões na Baixada Santista. As homenagens para a Rainha do Mar tomaram conta das praias e reuniram representantes de vários terreiros de Candomblé de Santos, Guarujá e da capital paulista. "É importante garantir a liberdade de expressão de todas as religiões. Nós que somos das religiões de matrizes africanas só queremos respeito", disse Leci.



Pinheirinho

Newsletter
A Assembleia Legislativa realizou audiência pública para discutir a desocupação do bairro Pinheirinho, em São José dos Campos. Durante o encontro, os moradores deram depoimentos relatando a ação violenta da Polícia Militar. Para o defensor público Jairo de Souza, a ação no Pinheirinho foi uma "barbárie nunca vista antes". O ato, coordenado pelos deputados Carlos Giannazi (PSOL) e Adriano Diogo (PT), teve o apoio da deputada Leci Brandão, que compôs a mesa de debates.


Economia criativa


Uma pesquisa sobre a cadeia produtiva do Carnaval paulista deverá ser realizada em cinco regiões administrativas do Estado: Vale do Paraíba, Baixada Santista, Região de Sorocaba, Região de Campinas e Grande São Paulo. A iniciativa terá o apoio do mandato da deputada Leci Brandão.





Lei 10.639


A 1ª Conferência de Educação para a Diversidade Étnico-Racial será realizada no primeiro semestre deste ano. O compromisso foi assumido pelo mandato da deputada Leci Brandão. O objetivo é aperfeiçoar a implementação da Lei 10.639 nas escolas públicas e privadas do Estado.

Menino que perdeu a visão por bala de borracha é ouvido na Assembleia

 
Reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais.



Reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais abordou nesta terça-feira, 10/4, o caso do menor Vinícius Queiroz da Silva, que perdeu a visão do olho direito durante uma blitz da Polícia Militar, na zona leste de São Paulo. Na abertura da reunião, o presidente da comissão, Adriano Diogo (PT), exibiu dois vídeos: um sobre o uso abusivo e ilegal de armamentos não letais como balas de borracha e gás lacrimogêneo ou pimenta, e uma reportagem do SBT sobre o caso de Vinícius Queiroz.
No dia 21/2/2012, Vinícius, de 15 anos, voltava para casa de bicicleta, por volta das 21h, no bairro de São Miguel, São Paulo. Ele parou para conversar com um amigo perto de um carro que tocava música alta. Uma viatura da Força Tática teria disparado tiros com balas de borracha, atingindo-o no olho direito, o que acarretou a perda da visão.
Os acontecimentos após o incidente foram narrados pela vítima e seus pais, Sileide e Eduardo Queiroz da Silva. O advogado da família, Anderson Dias de Meneses, também falou sobre os fatos e lamentou a falta de opções de lazer na zona leste. Ele ainda pediu o banimento de armamento menos letal, que já fora abolido em outros países.
Os policiais da viatura lavraram dois boletins de ocorrência sobre o fato, alegando que o menor teria sido atingido por uma pedra. O caso está sendo investigado pelo delegado titular do 22º DP de São Miguel, Adilson Jorge Donofrio, que apresentou um resumo do inquérito em andamento. Ele comunicou as providências que estão sendo tomadas para a elucidação do fato e disse que o inquérito, que garantiu estar sendo feito com imparcialidade, deve ficar pronto em 90 dias.
Olimpio Gomes (PDT) perguntou sobre a análise da bala de elastômero, que foi retirada pela própria vítima do olho, e foi enviada para perícia.
A deputada Leci Brandão (PCdoB) expôs sua preocupação com a ocorrência de racismo e preconceito contra música funk por parte da polícia. Já Marco Aurélio (PT) lamentou que o Estado aja contra o Estado de Direito, pois a pessoa tem que ser protegida pelo Estado, e não se sentir ameaçada pela polícia. No final da oitiva, Adriano Diogo disse a Vinícius: reaja, não deixe que esta injustiça destrua sua vida.

Matéria publicada no Portal Alesp
Redação: Monica Ferrero
Foto: Vera Massaro
Prof º Cleber de Oliveira

Só para lembrar...! Um dia vai chegar a "PROVA"...!!!!!!

DIA DO ÍNDIO: YANOMANIS ISOLADOS ESTÃO AMEAÇADOS POR GARIMPO


ESTE ANO, CELEBRA-SE OS 20 ANOS DA HOMOLOGAÇÃO DA TERRA INDÍGENA YANOMAMI. O ANÚNCIO, FEITO ÀS VÉSPERAS DA CONFERÊNCIA MUNDIAL DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (RIO-92), EM 1992, NO RIO DE JANEIRO, PERMITIU A PERMANÊNCIA DE ÍNDIOS "ISOLADOS", MAS A PRESENÇA DO GARIMPO ILEGAL A MENOS DE 15 KM DA ALDEIA ONDE VIVEM AMEAÇA SUA SOBREVIVÊNCIA.

Ler na íntegra>> 


Unegro


Encontro Político em São Paulo contou com a 

Presença da Ministra da Igualdade Racial Luiza Bairros

Unegro

Conversa sobre a atividade e exercício da Acupuntura no Brasil. Prof. Hudson (Conselho Regional de Educação Física São Paulo) e Ministra da Igualdade Racial Luiza Bairros.

“A economia capitalista está em crise e as contradições tendem a se aguçar”

Na visão do professor Armando Boito, o atual modelo neodesenvolvimentista brasileiro colabora para tal acirramento.
 
Jornal BRASIL DE FATO  09/04/2012
por Nilton Viana, da Redação




O professor da Unicamp Armando Boito acredita que o neoliberalismo representa, em todo o mundo, uma ofensiva da burguesia contra os trabalhadores. Segundo ele, para nós da América Latina, representa uma ofensiva das economias imperialistas contra as economias dependentes latino-americanas.
Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Boito afirma que o modelo de desenvolvimento brasileiro é neodesenvolvimentista, que é, segundo ele, o programa de uma frente política integrada por classes e frações de classe muito heterogêneas. Para o professor, essa é a frente que sustentou os governos Lula da Silva e que, agora, sustenta o governo Dilma.
“As organizações revolucionárias devem participar criticamente dessa frente porque o seu programa atende apenas de modo marginal e muito restrito os interesses das classes populares”, defende. Boito afirma também que o movimento popular deva levantar a bandeira da independência nacional. Além disso, deve pressionar o governo brasileiro para que ele se coloque contra as sucessivas intervenções militares dos EUA e da OTAN nos países da África e da Ásia.

Brasil de Fato – Como você avalia o atual modelo de desenvolvimento brasileiro?

Armando Boito – Eu penso que o modelo capitalista vigente no Brasil ainda é o modelo neoliberal, embora esse modelo tenha passado por um período de reforma. Essa reforma aparece na política econômica neodesenvolvimentista e nas políticas sociais da década de 2000. Explico. O neoliberalismo representa, em todo o mundo, uma ofensiva da burguesia contra os trabalhadores e, para nós da América Latina, representa, ademais, uma ofensiva das economias imperialistas contra as economias dependentes latino-americanas. Essa dupla ofensiva traduziu-se, como sabemos, em aumento do desemprego, no corte de direitos trabalhistas e sociais, na reconcentração da renda, nas privatizações, na hipertrofia da acumulação financeira, na abertura comercial e na desindustrialização forçada de países da América Latina. Pois bem, embora os governos Lula e, na sua sequência, o governo Dilma não tenham revertido essa dupla ofensiva e tampouco suprimido os seus principais resultados, esses governos moderaram os efeitos negativos do modelo capitalista neoliberal no que respeita às condições de vida da população trabalhadora e no que concerne à proteção do capitalismo brasileiro. A economia voltou a crescer, o emprego e o salário cresceram, o programa de privatização foi contido e, como podemos ver no presente momento, o governo Dilma se esforça por proteger a indústria interna da concorrência dos importados barateados pelo câmbio alto.
Embora o capitalismo neoliberal não tenha sido substituído por um modelo novo, voltado para as necessidades mais sentidas das massas trabalhadoras, podemos observar um contraste entre, de um lado, a situação brasileira e também de vários países latino-americano, e, de outro lado, a situação dos principais países da Europa. Enquanto assistimos a uma nova e forte ofensiva burguesa neoliberal na Inglaterra, na França, na Itália, em Portugal e em outros países europeus com seus governos majoritariamente neoliberais ortodoxos, na América Latina, onde prosperaram os governos de centro-esquerda e de esquerda, o que vemos são tentativas de moderar o capitalismo neoliberal (Brasil e Argentina) ou mesmo de substituir esse modelo (Bolívia, Venezuela). São respostas diferentes para a crise iniciada em 2008.
 
Como é que você caracteriza o neodesenvolvimentismo dos governos Lula e Dilma?

O neodesenvolvimentismo retoma a velha aspiração desenvolvimentista, mas o faz em condições históricas novas e com ambição menor. O neodesenvolvimentismo é o desenvolvimentismo possível dentro do modelo capitalista neoliberal. Vou destacar cinco diferenças importantes que o distinguem do desenvolvimentismo do período 1930-1980 e que o distinguem, especialmente, da fase em que o velho desenvolvimentismo esteve unido ao populismo entre 1930 e 1964.
O neodesenvolvimentismo, quando comparado ao desenvolvimentismo do século passado, a) apresenta taxas de crescimento econômico bem mais modestas; b) confere importância menor ao mercado interno, isto é, ao consumo das massas trabalhadoras do país; c) dispõe de menor capacidade de distribuir renda; d) aceita a antiga divisão internacional do trabalho, promovendo uma reativação, em condições históricas novas, da função primário-exportadora do capitalismo brasileiro; e) é dirigido politicamente por uma fração burguesa, a qual nós denominamos burguesia interna, que perdeu toda veleidade de agir como força antiimperialista. Todas essas cinco características, que se vinculam umas às outras, fazem do neodesenvolvimentismo um programa muito menos ambicioso que o seu predecessor e tais características advêm do fato de o neodesenvolvimentismo ser a política de desenvolvimento possível dentro dos limites dados pelo modelo capitalista neoliberal. As taxas menores de crescimento do PIB são as taxas possíveis para um Estado que, para poder rolar a dívida pública, aceita abrir mão do investimento; o papel de menor importância conferido ao mercado interno é decorrente do compromisso político em manter a abertura comercial; a reativação da função primário-exportadora é a opção de crescimento possível para uma política econômica que não pretende retomar as posições que o capital imperialista obteve no mercado nacional; todas as características anteriores desestimulam ou impedem uma política mais forte de distribuição de rendas.
 
Do ponto de vista político, quais sãs as forças que sustentam esse modelo de desenvolvimento?

O neodesenvolvimentismo é o programa de uma frente política integrada por classes e frações de classe muito heterogêneas, frente essa que sustentou os governos Lula da Silva e que, agora, sustenta o governo Dilma. Essa frente representa prioritariamente os interesses de um setor importante da burguesia brasileira que é a grande burguesia interna.
A burguesia não é uma classe homogênea, ela encontra-se dividida em frações cujos interesses de curto prazo diferem entre si em decorrência das situações distintas vividas pelas empresas no processo de acumulação capitalista (banco, indústria e comércio; grande capital, médio capital; exportação, importação etc.) e em decorrência do perfil da política econômica do Estado. A fração que denominamos grande burguesia interna brasileira é integrada por grandes empresas de variados setores da economia. O que unifica essas empresas é a reivindicação, motivada pela política econômica de abertura comercial e de desnacionalização da década de 1990, de proteção do Estado na concorrência que elas empreendem com o capital estrangeiro. Essa fração burguesa quer o investimento estrangeiro no país, mas pretende, ao mesmo tempo, preservar e ampliar as suas posições no capitalismo brasileiro – é por isso que a denominamos burguesia interna e não burguesia nacional que pode, essa última, assumir posições antiimperialistas. Vê-se que, ao contrário de uma ideia bastante corrente, a chamada “globalização” não fundiu a burguesia dos diferentes países numa suposta burguesia mundial.
 
Mas essa grande burguesia interna ganhou com o neoliberalismo. É ela a força dirigente da frente política neodesenvolvimentista?

A grande burguesia interna brasileira também ganhou com o neoliberalismo ortodoxo da década de 1990. Teve ganhos com redução dos direitos trabalhistas e sociais, com o desemprego que dobrou o sindicalismo e, ponto importante, aumentou o seu patrimônio com a compra, a preço vil, de grandes empresas estatais. Porém, essa fração burguesa acumulou, nesse mesmo período, contradições com aspectos específicos do modelo capitalista neoliberal e passou a reivindicar proteção do Estado para não ser engolida pelo grande capital financeiro internacional – ou seja, passou a reivindicar justamente aquilo que a burguesia condena, em teoria, no seu discurso ideológico. A ascensão de Lula representou, acima de tudo, a ascensão dessa fração da burguesia em disputa com o grande capital financeiro internacional. A priorização dos interesses dessa fração do grande capital pelo Estado brasileiro aparece em inúmeros aspectos da política econômica dos governos Lula e Dilma. Aparece no abandono a frio da proposta da ALCA, na nova política de créditos do BNDES que visa à formação dos chamados “campeões nacionais” para diferentes setores da economia, na inversão da política de comércio exterior da era FHC, visando obter saldos crescentes na balança comercial, na legislação que prioriza as empresas instaladas no país para as compras do Estado e das empresas estatais, na nova política externa que visa fortalecer as relações Sul-Sul e, como estamos vendo neste momento, nas iniciativas do governo Dilma, visando proteger a indústria interna. Pois bem, a grande burguesia interna é a força dirigente da frente política neodesenvolvimentista, ou seja, é essa fração de classe que define os objetivos prioritários e os métodos de intervenção política da frente. O seu objetivo é o crescimento econômico com maior participação das empresas predominantemente nacionais e das empresas estrangeiras aqui radicadas, uma maior proteção do mercado interno e o apoio do Estado para a conquista de mercados externos para a exportação de mercadorias e serviços e também para a expansão dos investimentos das empresas brasileiras no exterior – construção civil, exploração mineral, siderurgia, bioenergia etc.
 
E você entende que há uma aliança dessa burguesia com as classes populares?

Não exatamente. Como já indiquei, é verdade que o programa neodesenvolvimentista contempla também, ainda que de maneira periférica ou pontual, alguns interesses das classes populares – operariado urbano, baixa classe média, campesinato e a massa empobrecida pelo desemprego e pelo subemprego. Porém, nós estamos utilizando a expressão frente política, e não aliança de classes, para caracterizar as relações que se estabelecem entre as diferentes classes e frações de classe que compõem as bases sociais do programa neodesenvolvimentista porque a unidade entre essas forças é um tanto frouxa e não se baseia em um programa político claro, que tivesse sido assumido, conscientemente, pelas organizações das diferentes classes e frações de classe que integram o campo neodesenvolvimentista. Às vezes e para alguns setores da frente desenvolvimentista as relações se aproximam daquilo que poderíamos denominar uma aliança de classes. Estamos vendo isso agora na ação conjunta das centrais sindicais e do grande empresariado industrial para pressionar o governo Dilma para que tome medidas de proteção à indústria instalada no país. Porém, no plano político e em geral não é assim que se dão as relações entre as forças que compõem o campo neodesenvolvimentista. É por isso que prefiro falar em frente e não em aliança de classes. Mas, tanto na frente quanto na aliança a base é algum tipo de convergência de interesses.
 
Como é que os interesses populares são contemplados pelo neodesenvolvimentismo?
Entre as classes populares, o crescimento econômico também é bem-vindo. Depois da “década perdida” do reinado tucano, o crescimento é o elemento que une essa frente. Porém, os trabalhadores querem crescimento com emprego de qualidade, com melhoria salarial, com distribuição de terra, enfim, querem que o crescimento favoreça as grandes massas. É nesse ponto que se instaura o conflito entre a força dirigente e as forças subordinadas dessa frente política.
Esse conflito, convém destacar, tem se mantido, contudo, no terreno da luta econômica. No terreno político, quando o neodesenvolvimentismo é ameaçado, as classes e frações de classe que compõem a frente, agem de maneira unitária – aconteceu isso na chamada “crise do mensalão” em 2005 e nas eleições presidenciais de 2006 e de 2010. Em todas essas conjunturas, a grande burguesia interna, por intermédio de suas principais associações, e as classes populares, por intermédio de partidos, movimentos e sindicatos, apoiaram Lula e Dilma contra a oposição dirigida pelo PSDB.
 
Você entende que as direções dessas organizações populares teriam sido cooptadas pelo governo, como sugerem alguns observadores?

Não, eu não aceito essa análise. Os trabalhadores tendem a apoiar a frente neodesenvolvimentista devido a melhorias reais que obtiveram no emprego, no salário, na política de assistência social (bolsa família, auxílio de prestação continuada) e, no caso dos pequenos proprietários rurais, no crédito agrícola. Tivemos uma recuperação do salário mínimo, embora esse ainda permaneça num patamar baixo quando comparado até com o dos principais países da América Latina. Tivemos, também, uma grande melhoria nas convenções e acordos coletivos de trabalho: ao contrário do que ocorria no início da década de 2000, quando cerca de 80% das negociações salariais resultavam em reajustes inferiores à inflação, nos últimos anos a situação se inverteu – mais de 80% das convenções e acordos estabelecem reajustes acima da taxa de inflação. As condições para a organização e para a luta sindical melhoraram muito. Temos tido aumento real de salários. Os governos Lula e Dilma promoveram também uma política de integração racial, favorecendo a população negra que é uma parte muito importante das classes trabalhadoras. Parte da classe média foi contemplada com a reabertura dos concursos públicos, com a expansão das universidades federais e com as bolsas e financiamentos para o ensino superior. É verdade, contudo, que há setores populares que não ganharam quase nada. Talvez o mais marginalizado pela política neodesenvolvimentista seja o campesinato sem-terra, pois os governos Lula e Dilma reduziram muito o ritmo das desapropriações. Porém, o apoio das direções de organizações populares, das centrais sindicais e de partidos de esquerda aos governos da frente neodesenvolvimentista não é, de maneira nenhuma, um apoio desprovido de base real, ao contrário do que sugere a noção de cooptação, e tampouco tal apoio contraria a aspiração da maior parte das bases sociais dessas organizações.
 
Da maneira como você expôs, pode parecer que todas as classes sociais participam da frente política neodesenvolvimentista, que ela não teria inimigos na sociedade brasileira.

Não é o que penso. A frente neodesenvolvimentista se bate contra o campo político neoliberal ortodoxo. Esse campo é formado pelo capital financeiro internacional, pela fração da burguesia brasileira perfeitamente integrada aos interesses desse capital e pela alta classe média, cujo padrão de vida se assemelha ao das camadas abastadas dos países centrais. A classe média é muito heterogênea e, como ocorre com a burguesia, também está dividida. A baixa classe média é, em grande parte, base eleitoral do PT, mas a votação dos candidatos do PSDB nos bairros de alta classe média indica claramente que essa última está com os tucanos. Pois bem, a força dirigente desse campo político neoliberal ortodoxo é o capital financeiro internacional e seu aliado interno, a fração burguesa a ele integrada. É o conflito entre a grande burguesia interna e essa burguesia integrada ao capital financeiro internacional, que são as forças dirigentes, respectivamente, do campo neodesenvolvimentista e do campo neoliberal ortodoxo, é esse conflito que se encontra na base da disputa partidária entre o PT e o PSDB.
 
No que consiste, fundamentalmente, o programa do campo neoliberal ortodoxo?
O programa do campo neoliberal ortodoxo é, fundamentalmente, composto pelo tripé: a) desregulamentação do mercado de trabalho, b) privatização e c) abertura comercial e financeira. Na década de 1990, o campo político neoliberal ortodoxo sustentou os governos Collor, Itamar e FHC e logrou atrair parte do movimento operário e da massa empobrecida. Basta lembrarmos, para o caso do movimento operário, o apoio da Força Sindical a Collor e a FHC e, no que concerne à massa empobrecida, o apelo de Fernando Collor, apelo que se revelou eficiente eleitoralmente, aos “descamisados”, convocando-os para uma luta contra os “marajás”. Na década de 2000, contudo, esses setores das classes populares foram ganhos pela frente neodesenvolvimentista, enfraquecendo eleitoralmente o campo político neoliberal ortodoxo. Esse campo, embora domine a grande imprensa e os meios de comunicação de massa, está eleitoralmente enfraquecido. Hoje, escondem o seu verdadeiro programa e agitam apenas a bandeira “anti-corrupção”. Não ousam mais, ao contrário do que fizeram na década de 1990, expor seus verdadeiros objetivos. Mas, ao que José Serra, Geraldo Alckimin e Aécio Neves realmente aspiram é implantar, no Brasil, uma nova onda de reformas neoliberais, à moda do que estamos vendo na Europa. Basta ver o que dizem os intelectuais e políticos tucanos para o seu próprio público. Nos fóruns e meios de comunicação mais restritos, eles pregam a retomada da reforma trabalhista, da reforma previdenciária e criticam a aproximação do Brasil com os governos de esquerda e de centro-esquerda da América Latina. Nos Estados em que são governo, como em São Paulo, deixam entrever, também, que pretendem recrudescer a repressão contra o movimento popular – a desocupação do bairro do Pinheirinhos em São José dos Campos mostrou isso. O grande capital financeiro e a fração “cosmopolita” da burguesia brasileira querem recuperar o terreno perdido no Estado brasileiro e a alta classe média tucana quer que as massas populares retornem “ao seu lugar”.
 
Como você analisa as forças progressistas, de esquerda no atual cenário de desenvolvimento?
A política brasileira contemporânea ainda está dividida entre, de um lado, as forças que defendem o modelo capitalista neoliberal na sua versão ortodoxa e propõem uma nova onda de reformas neoliberais e, de outro lado, as forças que apoiam a versão reformada desse mesmo modelo, versão essa criada pelo neodesenvolvimentismo dos governos Lula e Dilma. As classes populares, embora frustradas em muitas de suas reivindicações básicas, ainda dão apoio, sobretudo eleitoral, aos governos neodesenvolvimentistas. Os trabalhadores, com razão, veem nesses governos ganhos econômicos e políticos, sobretudo quando comparados aos governos do PSDB.
Eu já tive uma avaliação diferente dessa questão, mas, hoje, entendo que as organizações revolucionárias e populares devem participar da frente neodesenvolvimentista, embora devam fazê-lo criticamente. Devem participar porque tentar, no presente momento, implementar um programa independente, popular ou socialista, só pode levar ao isolamento político. A experiência da década de 2000 mostrou que em todos os terrenos – eleitoral, sindical ou da luta popular – as forças que tentaram esse caminho se isolaram ou, pior ainda, acabaram se aproximando, apesar de suas intenções, de forças conservadoras. Alguns descobriram, para a própria surpresa, que estavam recebendo apoios e aliados muito incômodos.
 
Mas essas organizações poderiam alegar que quem integra a frente neodesenvolvimentista está aliado permanentemente a forças conservadoras.

Se alegassem isso, estariam dizendo apenas parte da verdade. No Brasil, dentre os grandes partidos, há apenas dois que me parecem orgânicos: o PT e o PSDB. Representam interesses definidos e têm uma linha de atuação coerente. Porém, o pluripartidarismo brasileiro criou espaço para partidos que possuem, principalmente, uma função, digamos assim, governativa, e não uma função representativa. O maior deles é o PMDB. Esse partido apoia, dentro de certos limites, o governo do momento e o faz em troca de vantagens para seus políticos profissionais. Os limites são os seguintes: o PMDB não apoiaria um governo popular ou socialista e tampouco, pelo menos nas condições atuais, um governo fascista. Mas, no interior desse amplo espectro, eles podem apoiar qualquer governo. A sua base eleitoral está adaptada a esse governismo. Ela tem uma posição de centro, que aspira a governos estáveis, e que pode aceitar mudanças pontuais desde que ocorram sem abalar as instituições do regime político vigente. Pois bem, isso significa que o PMDB desempenha, hoje, uma função política distinta daquela que ele desempenhou quando ofereceu o seu apoio aos governos neoliberais ortodoxos. E o papel político é mais importante que o partido ou as pessoas. Ademais, na forma como eu vejo a participação na frente, participação que deve ser crítica, as forças populares e socialistas não estão desobrigadas de fazer a crítica a forças conservadoras que ocupam cargos no governo. As recentes substituições nos ministérios do governo Dilma mostram que a esquerda poderia ousar muito mais nessa matéria.
 
Você ia, justamente, definir o que você entende por essa participação crítica.

É isso. As organizações revolucionárias devem participar criticamente dessa frente, porque o seu programa atende apenas de modo marginal e muito restrito os interesses das classes populares.
Participar criticamente significa, em primeiro lugar, não abrir mão das bandeiras populares, mesmo que isso crie conflitos no interior da frente. Eu me refiro, é claro, à luta por melhoria salarial e por melhores condições de trabalho, isto é, para que os frutos do crescimento econômico sejam repartidos. Mas, não se trata apenas dessa luta. Dou alguns exemplos referentes a lutas que estão na ordem-do-dia. Independentemente da posição do governo, não podemos abrir mão da bandeira histórica da reforma agrária e da ocupação de terra. Na questão democrática, a luta pela punição dos torturadores do período da ditadura militar está novamente colocada, sejam quais forem a composição e as intenções da Comissão da Verdade. As manifestações recentes defronte as residências e empresas de conhecidos torturadores – os chamados escrachos – são muito importantes nesse sentido. O movimento popular deve, também, levantar a bandeira da independência nacional. Deve pressionar o governo brasileiro para que ele se coloque contra as sucessivas intervenções militares dos EUA e da OTAN nos países da África e da Ásia.
Em segundo lugar, a participação crítica na frente neodesenvolvimentista significa que é preciso fazer a crítica dos aspectos regressivos dessa política de desenvolvimento. A reprimarização da economia brasileira, a esterilização de um terço do orçamento da União para a rolagem da dívida pública, os prejuízos ambientais e muitos outros aspectos antinacionais e antipopulares do atual modelo devem ser criticados pelos setores populares que participam criticamente da frente. É preciso ter claro o seguinte. A grande burguesia interna depende do voto dos trabalhadores para manter os governos neodesenvolvimentistas e nem por isso essa burguesia abriu mão de lutar por seus interesses mesmo quando isso fere os interesses dos trabalhadores. As associações empresariais estão pressionando o governo para que esse reduza os gastos públicos – os gastos com os trabalhadores, mas não com a rolagem da dívida pública ou com os empréstimos subsidiados do BNDES, poderiam acrescentar – e para que efetue reformas que reduzam o custo do trabalho. Não serão, então, as organizações dos trabalhadores que irão abrir mão de seus objetivos específicos para ganharem nota de bom comportamento no interior desse “frentão”.
Eu penso – e esse não é um mero chavão – que as contradições tendem a se aguçar. A economia capitalista neoliberal está em crise na Europa. As forças populares não podem arriar suas bandeiras nem abrir mão da crítica, porque, caso contrário, poderão ser surpreendidas por uma eventual implosão da frente neodesenvolvimentista e se verem sem proposta própria para seguir em frente.
 
*Armando Boito Jr. é professor do Departamento de Ciência Política da Unicamp e Editor da revista Crítica Marxista. É autor dos livros Política neoliberal e sindicalismo no Brasil (São Paulo, Editora Xamã, 2002) e Estado, política e classes sociais (São Paulo, Editora Unesp, 2007).

Parabéns Jales!

Hoje é dia de festa na cidade de Jales (interior de São Paulo). A cidade completa seus 71 anos.


História 


Fundação: 15 de abril de 1941 (70 anos) pelo engenheiro, agrimensor e grileiro (pessoa que forja escrituras de terras para apossar ilegalmente de terras da União) Euphly Jalles.
Jales começou a se formar quando colonos de Minas Gerais ocuparam a então Fazenda Ponte Pensa, no século XIX.


O amor verdadeiro de Madre Teresa ou como escrever um bestseller




No firme e forte, ou melhor, sonhado propósito de virar um escritor de bestseller, andei pesquisando como um louco, como um morcego de guincho sem eco a bater no escuro das cavernas, procurando a fórmula, a receita ou o segredo.

Ler Mais >>

Silvio Tendler na luta pela vida

O reconhecido cineasta documentarista Silvio Tendler caracterizou-se por sua ousadia e espírito de resistência nas mais difíceis circunstâncias. É realizador de obras impactantes como “Jango”, “Anos JK”, “Utopia e Barbárie”, “Marighela”, “O Veneno está na mesa”, “Glauber, o filme – Labirinto do Brasil”, “Milton Santos: por uma outra globalização”.
Por Luiz Carlos Antero*

Hoje enfrentando um delicado tratamento de saúde e convivendo com um autêntico coquetel de enfermidades, empreende uma acirrada luta pela vida sem suspender suas atividades. Em março, às vésperas de mais um registro anual do golpe militar de 1964, apareceu num vídeo no qual convocava amplamente para uma manifestação diante do Clube Militar, no Rio de Janeiro, contra as tradicionais comemorações castrenses.

Agora aparece novamente num novo vídeo que dá conta da sua batalha pessoal para recuperar a saúde, agravada pela intensa atividade pelo Brasil, por último com uma frenética jornada de viagens e conferências sobre o filme “O veneno está na mesa”, um documentário sobre o uso de agrotóxicos na agricultura brasileira.

(Esta obra e outras de sua autoria constarão da “Mostra Canudos”, com a qual será homenageado de 13 a 18 de maio pelo FestFilmes – Festival do Audiovisual Luso Afro Brasileiro, em Fortaleza, em mais uma das justas homenagens que recebe Brasil adentro e mundo afora).

Neste vídeo, em circulação no You Tube, Silvio Tendler dialoga com amigos cineastas sobre episódios históricos do cinema brasileiro, emoções marcantes sobre a Jornada da Bahia e relata suas realizações nas difíceis circunstâncias de hoje.



*Luiz Carlos Antero é sociólogo, jornalista, escritor, membro da Equipe de Pautas Especiais do Portal Vermelho, assessor parlamentar no Senado Federal, filiado ao Partido Comunista do Brasil em 1969.

Feliz Pascoa!


Neste dia de Páscoa, gostaria de  desejar a você muita paz e harmonia. 
Que você tenha um reencontro consigo mesmo 
e que as portas que Ele já abriu conduzam realmente a um caminho de muita luz, 
renovação e libertação.

"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida pelos que ama" (Jo 15, 13)
- disse Jesus. 
E Ele assim fez.

Texto: Lilian Russo 

Um Pouco da História da Páscoa

A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade. A palavra "páscoa" - do hebreu "peschad", em grego "paskha" e latim "pache" - significa "passagem", uma transição anunciada pelo equinócio de primavera. 

Para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar à Idade Média e lembrar que os antigos povos pagãos europeus, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Easter, em inglês, derivada de Eostre, deusa anglo-saxã do amanhecer. Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Persephone. Na mitologia romana, é Ceres. Os antigos povos pagãos comemoravam a chegada da primavera decorando ovos. O próprio costume de decorá-los para dar de presente na Páscoa surgiu na Inglaterra, no século X, durante o reinado de Eduardo I (900-924), o qual tinha o hábito de banhar ovos em ouro e ofertá-los para os seus amigos e aliados. 
Em hebraico, temos a "Pessach", a chamada "Páscoa Judaica", que se originou quando os hebreus, há cerca de 3 mil anos, celebraram o êxodo e libertação do seu povo, após 400 anos de cativeiro no Egito, pela mão de Moisés. Comemoravam assim a passagem da escravidão para a libertação: saíram do solo egípcio, ficaram 40 anos no deserto até chegar à região da Palestina, terra prometida, atualmente chamada de Israel. 

A festa da Páscoa passou a ser uma festa cristã após a última ceia de Jesus com os apóstolos, na quinta-feira santa. Os fiéis cristãos celebram a ressurreição de Cristo e sua elevação ao céu. As imagens deste momento são a morte de Jesus na cruz e a sua aparição. A celebração sempre começa na quarta-feira de cinzas e termina no domingo de Páscoa: é a chamada semana santa. A data cristã foi fixada durante o Concílio de Nicea, em 325 d.C, como sendo "o primeiro domingo após a primeira Lua Cheia que ocorre após ou no equinócio da primavera boreal". 

Jô presta contas do trabalho da CPMI da violência contra a mulher

A presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da violência contra a mulher, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) fez uma prestação de contas do trabalho desenvolvido até o momento pela comissão. Em discurso da tribuna da Câmara, ela conclamou todos os dirigentes de poderes, gestores, parlamentares e a sociedade em geral a se incorporar na tarefa de mudar o atual quadro de violência, que se tornou “uma verdadeira epidemia social no Brasil”.
 Ela destacou que, embora o País tenha uma das legislações mais avançadas no combate a todo tipo de agressão e na proteção da mulher – a Lei Maria da Penha – legitimada há cinco anos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), “nós ainda enfrentamos o cotidiano não apenas da repetição do quadro de violência, mas a ampliação da crueldade da violência contra a mulher”.

E citou o caso da cidade de Queimadas, na Paraíba, onde, numa festa de aniversário um irmão ofereceu para o outro a realização de seis estupros, envolvendo moças que eram suas amigas. Duas deles, ao reconhecer o rapaz, foram mortas.

“Estamos solicitando que todos os parlamentares se incorporem às audiências em todos os Estados para que possamos sair daqui com o compromisso fundamental de que ao terminar essa CPMI, tenhamos assumido a responsabilidade de que a paz nos lares é o primeiro passo para a paz na sociedade brasileira, com o fim da violência contra a mulher”, afirmou.

A parlamentar disse que a CPMI tem buscado parceira com o conjunto dos órgãos que podem ajudar. “Nós queremos discutir com esses órgãos para que possamos propor ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aos governadores estaduais, a todas as instituições responsáveis, para que assumam o compromisso de ampliar os serviços”. 

E enumerou as audiências já realizadas e as que estão sendo programadas. “Nós já estivemos com o ministro Ary Pargendler, do Superior Tribunal de Justiça, que se disponibilizou os canais da TV Justiça para que possamos debater o assunto com a sociedade”.

“Estivemos com o conselheiro Ney José de Freitas e com a juíza Luciane Bortoleto, de Curitiba (PR), que colocaram o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) à disposição, até mesmo porque aquele órgão tem como sua prática cotidiana o monitoramento da Lei Maria da Penha materializada na Jornada de Monitoramente da Lei Maria da Penha, cuja sexta edição se realizará no próximo dia 25 de abril”, anunciou a deputada.

A CPMI já realizou audiência onde foram ouvidos representante do movimento de mulheres, como a União Brasileira de Mulheres (UBM) e a Marcha Mundial de Mulheres (MMM), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

E está programando mais de 10 audiências públicas na maioria dos estados do Brasil. “Nessas audiências públicas não devemos ouvir apenas a sociedade civil, mas também estamos convidando as instituições responsáveis por atender e implementar o que estabelece a Lei Maria da Penha, como as secretarias de Segurança, as secretarias de Justiça; os tribunais de Justiça; as delegacias de mulheres”, explicou Jô Moraes.

De Brasília
Márcia Xavier

Profº Cleber de Oliveira

Homossexuais: preconceito aumenta risco de depressão, diz estudo

O preconceito pode estar levando jovens homossexuais a casos de depressão e suicídio. Pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências Médicas da Unicamp constatou que homossexuais têm tendência maior a desenvolver transtornos mentais em relação a jovens heterossexuais da mesma faixa etária. A discriminação, sobretudo por parte da família, é um fator de risco para o aumento desses casos.

Por  Clara Roman, na Carta Capital


Rejeição da família é um dos fatores que contribui para distúrbios mentais/Foto: Guillaume Paumier/Flickr

Isso porque o adolescente ainda necessita da proteção do ambiente familiar e mimetiza seus valores. Assim, quando rejeitado, acaba internalizando o preconceito sofrido e se auto-discrimina por sua orientação sexual.

“Nos adolescentes, isso funciona de forma mais grave porque ainda está num momento crítico de construção da individualidade”, afirma Daniela Ghorayeb, autora do estudo e PhD em saúde mental pela Unicamp. A pesquisa faz parte de sua tese de doutorado, que deu sequência a um estudo anterior sobre a saúde mental dos adultos homossexuais.

Cerca de 67% dos entrevistados afirmaram sentir vergonha de sua orientação sexual. E, enquanto nos adultos a religião e pressões da sociedade são os fatores que induzem a esse tipo de sentimento, sobretudo entre as mulheres, nos adolescentes entre 16 e 21 anos é o medo de frustar a família o que mais pesa. “Acho que até já tive raiva de mim, mas não era só ser gay, era muita coisa junto”, diz um entrevistado.

Além disso, 35% dos pesquisados apresentaram depressão e 10%, risco de suicídio. Já entre os heterossexuais, apenas 15% sinalizaram quadro depressivo e nenhum caso de tentativa ou intenção de se matar. Por sua vez, quando a homossexualidade do jovem é bem recebida pela família, e a proteção aumenta, diminuem os riscos de transtornos mentais. “Pior porque passei por muita coisa e melhor porque enfrentei, mesmo com a depressão, eu só me trancava, chorava, não queria nada, foi horrível, aí sou melhor porque tá passando”, declara um dos participantes, em trecho da pesquisa.

Segundo Ghorayeb, muitos adolsecentes afirmaram terem sido impedidos de exercer afetividade e terem medo de serem agredidos fisicamente e verbalmente. “Alguns adolescentes, a partir de um certo horário, não andam na rua. Não andam porque sabem que existe iminência de violência física”, explica a pesquisadora. Tanto a falta de liberdade para expressar sentimentos quanto o risco de agressão tem efeito negativo na saúde mental e qualidade de vida das pessoas. No último mês, uma criança de 12 anos cometeu suicídio depois de sofrer “bulling” na escola por conta de sua orientação sexual, em Vitória (ES).

Ghorayeb comenta que no exterior existem cada vez mais pesquisas para mensurar o quanto o preconceito pode interferir na saúde mental de jovens. Há também um cuidado, em alguns lugares, de se proporcionar tratamento na rede de saúde tanto para os adolescentes quanto para a família, que recebe parte desse impacto. No Reino Unido, nos centros de saúde públicos, há profissionais especializados no tema para auxiliar na orientação familiar. Aqui no Brasil, este é o segundo estudo que cruza homossexualidade e saúde mental, sendo o primeiro a sua tese de mestrado.

Na rede de saúde, não existe nenhum tipo de auxílio especializado para estes casos. “É necessário divulgar para a comunidade acadêmica melhorar a formação dos profissionais de saúde nesse sentido”, afirma Ghorayeb.

A pesquisa considerou apenas os homossexuais que assim se definiram. Além disso, por conta da dificuldade de se conseguir voluntários com esse perfil, por conta da discriminação, a pesquisadora utilizou a técnica de recrutamento denominada “snowball sampling”. Cada entrevistado indicava outros cinco que correspondiam ao perfil.

Por conta disso, o público foi bastante homogêneo e não teve abrangência de diversas classes sociais. A média de renda familiar foi entre cinco mil e sete mil reais. A maioria tinha planos de ingressar no ensino superior. “Se pesquisar outra faixa de renda, vai se chegar a resultados bem diferentes”, afirma Ghorayeb.

Fonte: Carta Capital



Caravana da UNE Brasil+10 homenageia Honestino Guimarães

No último 28 de março de 2012, data em que nasceu Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE desaparecido politico da ditadura militar, os estudantes brasileiros prestaram grandiosa homenagem a este herói: deram a largada a uma ousada iniciativa de circulação que vai atingir todo o território nacional. Ver o Vídeo >>

Reflexão


Uma mãe levou o filho pequeno ao fundo de um vale, e disse: "Grite as palavras: 'Eu te odeio'!" 

De repente, ele ouviu o som assustador de "EU TE ODEIO, Eu Te Odeio, Eu Te Odeio!" ecoando pelo vale.

Ela voltou-se para o filho e pediu: "Agora grite as palavras 'Eu Te Amo' o mais alto que puder."
Ele gritou com todas as forças: "EU TE AMO!" De repente, ouviu: "Eu TE AMO, Eu Te Amo, Eu Te Amo!" ecoando ao seu redor.

"Olhe dentro de um lago e veja um espelho de água refletindo sua imagem. Ame outra alma e seu amor se refletirá de volta para você."

Adaptado do Tanya

Lobato é autor mais admirado no país; Bíblia a obra mais lida

Mesmo depois de mais de 60 anos da sua morte, Monteiro Lobato tem uma obra vivente e continua no imaginário da população. O escritor paulista permanece no topo da lista dos autores brasileiros mais admirados. Foi o que apontou pesquisa divulgada nesta semana pelo Instituto Pró-Livro sobre os hábitos de leitura da população. A última sondagem deste tipo havia ocorrido há cinco anos. LERMAIS>>

Manifestante é agredido em protesto diante do Clube Militar

A jornalista Ana Helena Tavares entrevistou um manifestante que sofreu ferimentos leves e outro cujo braço foi fraturado pela PM no último dia 29, diante do Clube Militar do Rio de Janeiro, durante o protesto contra oficiais da reserva que cometiam, impunemente, o crime de fazer apologia do totalitarismo e do terrorismo de estado. 

Por Celso Lungaretti*



Como na canção célebre de Chico Buarque, parece que o jeito é chamar o ladrão, pois a polícia barbariza os homens de bem e atua como guarda pretoriana dos pregadores de quarteladas, ditaduras, torturas, genocídios, execuções a sangue frio, estupros, ocultação de cadáveres, etc.

Várias vezes já propus às forças democráticas brasileiras e aos cidadãos com espírito de justiça que levantem a bandeira da proibição de se fazer apologia do golpe de 1964, com o indiciamento e instauração de processos contra os infratores. 

Negar o Holocausto é crime nos países civilizados, levando à prisão até historiadores. Está mais do que na hora de o Brasil assumir idêntica postura em relação aos que até hoje envenenam a mente das novas gerações com exortações em tudo e por tudo equiparáveis às dos nazistas.

Eis os principais trechos da excelente reportagem de Ana Helena:

"'Ali, a gente não estava fazendo um carnaval, não estava fazendo palhaçada. Para ver um cara que foi do regime que matou rindo das fotos dos companheiros que foram mortos e sumiram. Rindo também de gente que estava lá, que tinha sido torturada e que traz cicatrizes no corpo', desabafa Rodrigo Mondego, de 27 anos, bacharel em direito, que esteve na quinta-feira, 29 de março, em frente ao Clube Militar no Rio de Janeiro, protestando contra a comemoração do golpe de 64.

Ele não estava sozinho. Segundo seus cálculos, havia cerca de 700 pessoas. Gustavo Santana, sociólogo, de 28 anos, também estava lá. Ambos dizem ter sido agredidos por PMs. Mondego sofreu ferimentos leves, porém Santana teve o braço quebrado e terá de ser operado.

Os jovens pensam em processar o Estado pelas agressões dos PMs e o Clube Militar por apologia ao crime: 'Para mostrar que alguma coisa tem de ser feita. Porque nós ainda não chegamos ao ideal pretendido pelos que lutaram contra a ditadura e o Estado tem que ser responsabilizado pelas atrocidades cometidas naquele período', diz Santana, que completa: 'O troglodita que me agrediu pode até ter consciência do que fez, mas ele é produto de uma formação militar absolutamente equivocada. E temos que discutir, inclusive, por que a polícia tem de ser militar. Ela pode nos proteger, mas é o contrário'.

Os dois estão receosos pela vida de um colega, Felipe Garcês (conhecido como 'Pato'), de 22 anos, que foi fotografado cuspindo em um militar e está sendo ameaçado de receber represálias. A foto (...) foi publicada na Veja.com, no blog de Reinaldo Azevedo, que chama Garcês de 'baderneiro'.

Eles [Santana e Mondego] consideram que participar do ato contra a comemoração do golpe foi uma obrigação cidadã: 'Nós tínhamos a obrigação de estar ali. Muita gente deu a vida para que nós pudéssemos ter o direito à livre manifestação. E a essas mesmas pessoas foi negado o direito de ter história, porque muitos desapareceram. E acho que nós, como signatários dessa luta, temos que estar na rua para dizer que enquanto essas pessoas não aparecerem a luta ainda não acabou. A luta delas ainda existe e é a nossa luta', diz Santana. 

O jovem sociólogo [Santana] descreveu a forma como foi agredido na manifestação do dia 29: 'Eu estava correndo e tomei uma pancada. Vi quando o PM me bateu e olhei na cara dele. Ele sabe que bateu para me machucar. Fumaça, bomba… Só senti quando meu braço ficou pendurado', lembra Santana, que conclui: 'Vivemos num Estado Democrático de Direito, mas as atrocidades (da PM) são as mesmas'.

Segundo Mondego, o ato contra a comemoração do golpe de 64 'começou de maneira pacífica, tranquila'.

Considera que os militares participantes do evento pró-golpe, mesmo os que não foram torturadores, 'estavam lá, por livre e espontânea vontade, festejando um período onde houve estupro de militantes, pau-de-arara, desaparecimentos. O fato de ele estar comemorando aquele golpe faz com que ele esteja torturando hoje os filhos de todo mundo que foi torturado. Está torturando os filhos dos desaparecidos. Está fazendo apologia do crime'.

Alguns manifestantes, sentido-se provocados por militares que, contam os entrevistados, 'debochavam e faziam gestos obscenos', resolveram comprar ovos na hora. Mondego estava com alguns na mão, quando ouviu de um senhor ao seu lado: 'Meu filho, me dá a honra de me dar um ovo desses para eu tacar num fascista'. Ele tinha tido um irmão morto pela ditadura. 

'Aqueles ovos não davam para acertar em ninguém, tinha muita tropa de choque. Mas era uma questão simbólica. A gente queria tacar ovo na comemoração, não em ninguém específico', pondera o jovem.

Além da agressão que ele próprio sofreu, levando um soco na boca do estômago, Mondego conta ter presenciado a cena de um colega seu da UFRJ caído no chão e recebendo choque com pistola elétrica de PMs. 

'A organização do evento não foi boa e a polícia foi extremamente irresponsável. Muita gente apanhou. Muito gás lacrimogêneo. Enquanto isso, os militares saíram de fininho pelas escadas do metrô. Teve cuspe, porque provocaram. Mas ninguém os agrediu', garante. 

E completa: 'A sensação que ficou é que, como eles nunca foram punidos, se acham no direito de debochar da história do País'".

* jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com




Por Cleber de Oliviera

Secretaria acende luzes azuis pelo Dia Mundial da Conscientização do Autismo

A data - 2 de abril - foi decretada em 2007, pela Organização das Nações Unidas.


O azul é a marca do dia 2 de abril de cada ano, no mundo
O dia 2 de abril é uma marca e uma grande conquista para todas as pessoas autistas e familiares. O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi decretado em 2007 pela Organização das Nações Unidas – ONU e visa mais atençãoao transtorno do espectro autista.
Todos os anos, diversos pontos turísticos ao redor do mundo são iluminados com a cor azul, para salientar sobre a importância da atenção para as pessoas autistas. O Brasil participa do movimento em prol dos autistas há alguns anos. Agora, em 2012, repete-se com ainda mais força, alguns monumentos serão iluminados de azul, como o Cristo Redentor (no Rio de Janeiro); a Ponte Estaiada, o Viaduto do Chá, o Monumento à Bandeira, a Fiesp e a Assembleia Legislativa (em São Paulo);  a torre da Unisa do Gasômetro (em Porto Alegre); o prédio do Ministério da Saúde (em Brasília) e muitos outros locais.
No mundo estarão iluminados também vários cartões-postais, como o Empire State Building (nos Estados Unidos) e a CN Tower (no Canadá).
Esse movimento é uma forma de chamar a atenção para o tema e mostrar a necessidade de promover a conscientização da sociedade e sensibilização para a inclusão de todas as pessoas com deficiência, inclusive as autistas.
SECRETARIA AZUL
A exemplo dos vários edifícios por todo o país e o resto do mundo acenderem luzes azuis, da mesma forma, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo aderiu à Campanha em prol das pessoas autistas e acende luzes azuis em seu prédio localizado na avenida Auro Soares de Moura Andrade, 564, São Paulo, SP, na noite do dia 2 de abril. 
É uma forma de chamar atenção para o tema e mostrar a necessidade de promover conscientização da sociedade e sensibilização para a inclusão de todas as pessoas com deficiência, inclusive as autistas. 
O Dia Mundial do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas, em 18 de Dezembro de 2007, para a conscientização acerca dessa questão. A ONU declarou que há cerca de 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo.
Caminhada em prol do autismo
No domingo, 1 de abril, data que antecedeu o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, aconteceu em São Paulo a II Corrida e Caminhada Autismo & Realidade pela Conscientização. O evento marcou a data e seu ponto de largada e chegada foi  a ponte Estaiada, na zona sul da cidade. Os participantes optaram por percorrer 8 km de corrida e/ou 4 km de caminhada.
Sobre o autismo
O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. Uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente. Algumas crianças autistas apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sério atraso no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes; outros, presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.