Brazilian magazine Caros Amigos' story about military deals Brazil-Israel‏

Dear friends:

Here is a very interesting story published by Brazilian magazine Caros Amigos. It shows the Brazil-Israel secret military deals and how Brazilian police now adopts Israeli methodology of repression, tested over Palestinian people.

My friend Soraya and me, besides Jamal Juma (Stop the Wall), gave informations and interviews to Caros Amigos.

Debora Prado is the second journalist in Brazil that call pubIically Israel as a terrorist state. The first was me, in Brasil de Fato and in an interview to TV Carta Maior (video in internet). 


REPRESSÃO

TERROR DE ESTADO TIPO EXPORTAÇÃO

Com o pretexto de prevenir ataques terroristas durante a Copa
e Olimpíadas, o Brasil intensifica comércio com a indústria bélica israelense.

Por Débora Prado

“A maioria dos moradores dormia às 6 horas da manhã do domingo, quando
as bombas levaram gás lacrimogêneo para dentro dos barracos. As 1.700
famílias, cerca de 6 mil pessoas, mal puderam pegar seus pertences
quando a operação militar – com o ostensivo contingente de 2 mil
policiais, além dos dois helicópteros águia – os colocou para fora de
casa embaixo de tiro de borracha”. Se o relato acima, da jornalista
Gabriela Moncau, estivesse relacionado a uma notícia sobre a região de
Gaza, facilmente seria identificado como mais uma cena de massacre dos
palestinos promovida por tropas de Israel.
O ataque, no entanto, foi realizado no Brasil no dia 22 de janeiro
deste ano. As ações de repressão contra civis, retirados a força de
suas casas, foram desempenhadas pela Polícia Militar paulista contra
os moradores do
Pinheirinho, na desocupação de um terreno em São José dos Campos,
interior de São Paulo.
E a semelhança parece não ser mera coincidência. Com o pretexto de prevenção ao
terrorismo, ante a realização de megaeventos
esportivos no Brasil, o País tem estreitado cada vez mais as parcerias
com o Estado sionista
na área de segurança e armamentos.
Uma denúncia do Stop The Wall (Acabem com o Muro - campanha de organizações
palestinas que lutam pela derrubada do muro construído no meio do
território palestino e pelo fim do apartheid na região), no ano
passado, revelou ainda a existência de um acordo de cooperação
bilateral entre Brasil e Israel
na área de segurança, realizado no final de 2010, e até então mantido
em sigilo pelo governo federal.
Os termos deste acordo até hoje não são
integralmente conhecidos, pois o governo
segue pouco transparente sobre o tema – reconhece sua existência, mas
nega que tenha sido assinado. Seu objetivo seria facilitar a
cooperação e os contratos militares. Enquanto o assunto
segue nebuloso, de lá pra cá, ativistas ligados à defesa dos direitos
palestinos têm reconhecido uma marca comum entre os dois países
na área de segurança pública: os episódios
de terror de Estado.
PALESTINA É AQUI
A jornalista Baby Siqueira Abrão, correspondente em Ramallah,
Palestina, relata espanto ao assistir um vídeo sobre a repressão da PM
paulista à Marcha da Maconha: “Eu já vi a polícia atuando de várias
maneiras no Brasil, até indo com cavalos pra cima das pessoas na época
da Ditadura Militar, por exemplo. Mas, como na Marcha da Maconha nunca
vi. Eram as mesmas armas – bombas de fumaça com gases tóxicos, balas
de borracha; a mesma maneira de abordar – pisavam e chutavam as
pessoas no chão, algemavam com os braços para trás. Eu pensei: ‘gente,
isso é Israel’. Então eu mostrei o vídeo para uns amigos na
Cisjordânia e todos eles identificaram as técnicas israelenses”. Seu
espanto foi ainda maior no caso de Pinheirinho, inclusive, pela ação
violenta durante a madrugada, quando ninguém está preparado para
fotografar ou registrar a violência, tática comum ao Estado sionista,
segundo a jornalista.
Coincidência ou não, os personagens que       participam das
delegações trocadas entre Brasil e Israel na área de segurança
aparecem também no caso do Pinheirinho. O secretário de Segurança
Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, por exemplo,
esteve em Israel em janeiro de 2010, junto com membros da Polícia
Militar, onde participou de um seminário destinado às autoridades dos
Estados que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014. O comandante
geral da Polícia Militar paulista, coronel Álvaro Batista Camilo,
também esteve em Israel e, após o Conselho Nacional de Comandantes
Gerais de Polícia Militares, realizado em fevereiro de 2010, declarou
ao jornal Folha de S. Paulo que a PM paulista contaria com apoio de
Israel para um treinamento
antiterrorismo e destacou: “Aprendemos muita coisa na área conceitual”.
A delegação que foi a Israel em janeiro de 2010
contou ainda com a presença do então ministro da Defesa, Nelson Jobim,
e marcou um aprofundamento da relação entre os países nesta frente. “O
Jobim tinha recebido uma missão israelense no final de 2009, desde lá
ele já admitia que estava sendo desenhado um acordo nessa área, que
seria enviado ao Congresso Nacional. As relações estão se estreitando
desde esse período. O Ministério das Relações Exteriores considerou
aquele um momento chave entre Brasil e Israel na área militar e o
acordo de livre-comércio com o Mercosul foi impulsionado pelo Brasil
um pouco antes”, explica Soraya Misleh, jornalista
palestino-brasileira e membro da Frente em Defesa do Povo Palestino de
São Paulo.
Com a aproximação, já em dezembro de 2010, cerca de 80 representantes
brasileiros, entre comandantes das policias militar, civil e federal e
secretários de segurança pública, participaram de uma conferência
internacional sobre segurança organizada pelo governo israelense. A
pauta do evento incluiu temas como tecnologias que
podem ser usadas durante o mundial de futebol
e as Olimpíadas de 2016, segurança de aeroportos, identificação de
suspeitos e uso da mídia
em situações de emergência.
Soraya, assim como Baby, vê semelhanças na atuação da PM paulista com
o exército israelense. Para ela, o que aconteceu em Pinheirinho lembra
o que aconteceu na Palestina em 1948, ante a criação unilateral do
Estado de Israel, mas numa escala menor. “Em ambos os casos,
literalmente passaram com tratores na memória, nas casas e na
identidade das pessoas, são coisas que chocam muito. Isso é terror de
Estado com certeza, pois há uma política institucionalizada de limpeza
étnica – contra os Palestinos lá e contra aqueles mais carentes, que o
processo capitalista tende a marginalizar, no Brasil”, avalia.

ACORDO?

O acordo de cooperação em segurança teria sido firmado entre Brasil e
Israel em novembro de 2010, de acordo com o relatório “Relações
Militares entre Brasil e Israel”, da campanha Stop The Wall. Jamal
Juma, coordenador da campanha, conta que o fato foi noticiado pelo
jornal israelense Ma’ariv. A reportagem afirmava também que, com isso,
um mercado avaliado em bilhões de dólares se abriu para as indústrias
de defesa israelense.
Embora as atuações empresariais e troca de missões entre os países
sigam numa crescente, o governo brasileiro não confirma a assinatura
do acordo bilateral no setor. Em ofício encaminhado ao Deputado
Federal Ivan Valente (Psol-SP), que pediu esclarecimentos sobre o
conteúdo do acordo, o Ministro das Relações Exteriores Antonio
Patriota afirma que a proposta partiu de Israel e estaria sob análise
do governo brasileiro desde o final de 2010. O documento, de julho de
2011, informa que naquele momento a avaliação do tratado estava a
cargo da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do
Ministério da Justiça.
Procurado pela reportagem da Caros Amigos,
o Ministério da Justiça, por sua vez, informou via assessoria de
imprensa que a Senasp recebeu
propostas de diversos acordos de cooperação
quando estava a cargo da Copa do Mundo,
inclusive o de Israel. De acordo com a assessoria, foram realizadas
visitas técnicas, mas
nenhum acordo foi assinado. Com a criação da Sesge (Secretaria
Extraordinária de Grandes Eventos), todo tipo de acordo de cooperação
visando a Copa saiu da Senasp e, segundo a área, não há previsão para
qualquer acordo com Israel na área de segurança pública.

APROXIMAÇÃO

A data da possível assinatura deste acordo, de qualquer maneira,
marcou uma série de parcerias e aquisições de empresas brasileiras por
companhias israelenses no setor, registradas pelo relatório do Stop
The Wall. Entre elas está a israelense Elbit Systems, especialista na
construção de veículos não tripulados, que, atualmente, conta com uma
unidade em Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Apontadas pelo Stop The
Wall como uma das 12 companhias
envolvidas na construção do muro do apartheid
(ver box), a Elbit já assinou contratos no
Brasil, inclusive com as Forças Armadas
e com a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica).
Uma das prioridades com esta companhia tem sido a comercialização e
intercâmbio tecnológico de veículos aéreos não tripulados (Vants),
segundo Jamal, os mesmos amplamente usados nos ataques aos palestinos
de Gaza no final de 2008 e início de 2009. Além da presença da empresa
em território nacional,
em 2011, a embaixada brasileira em Tel Aviv realizou ainda uma
cerimônia de homenagem ao presidente da Elbit – medida que gerou
indignação entre as organizações de defesa dos direitos palestinos.
Outra companhia, a estatal israelense Rafael Defense, está fazendo um
projeto junto a prefeitura de Curitiba (PR) para implantação de uma
unidade de monitoramento, incluindo radares e sensores que podem
captar o rosto de uma pessoa e o calibre de uma arma a 25 quilômetros
de distância. Lilian             Abromovitch, representante da Rafael,
declarou ainda que Salvador (BA) e Recife (PE) também estudam
implantar a unidade de monitoramento para a Copa do Mundo, conforme
noticiou a Secretaria de Estado da Comunicação Social do Paraná.
Os negócios milionários são apenas algumas concretizações dos
interesses em jogo. Na avaliação de Soraya Misleh, com essa
aproximação de Israel, o Brasil busca a transferência de tecnologias e
vantagens econômicas. O Estado sionista, por sua vez, considera o
Brasil um mercado estratégico e ainda uma porta de entrada para toda
América Latina.
O relatório da campanha aponta, de fato, autoridades brasileiras que
declararam publicamente ter ajudado empresas israelenses de armas a
entrarem em contato com as forças armadas de outros países
latino-americanos.
O Brasil abriga ainda a LAAD – Defence & Security, uma das mais
importantes feiras para a indústria de defesa e segurança na América
Latina. O evento, em 2011, reuniu as principais empresas israelenses
de armas – a grande maioria com um histórico comprovado de
envolvimento direto nas violações de direitos internacionais e
humanos. Isso sem contar as inúmeras delegações recebidas e enviadas
para realização de
negócios e trocas de informações nesta frente.

COPA DO MUNDO E OLÍMPIADAS

A prevenção a ataques terroristas e tumultos para receber a Copa do
Mundo e as Olimpíadas têm sido uma boa porta de entrada para as
empresas militares israelenses nos países sedes destes megaeventos
esportivos e pode aumentar ainda mais os ganhos desta indústria no
Brasil.
No caso da África do Sul, que recebeu o último mundial de futebol, a
mídia israelense noticiou que cerca de 30 empresas de segurança do
país foram contratadas, segundo o Jamal Juma. “Se não houver uma
pressão popular forte, os jogos definitivamente serão outra fonte de
lucro para estas empresas que estão construindo as armas que matam e
reprimem nosso povo”, frisa o coordenador do Stop The Wall.
Do pacote de segurança oferecido fazem parte também técnicas e armas
para lidar com grandes multidões, semelhantes as já usadas na
repressão a Marcha da Maconha ou expulsão dos moradores de
Pinheirinho, conforme lembra a jornalista Baby Siqueira Abrão. E mesmo
com as armas ‘não letais’ é preciso ter cuidado.
“O spray de gás pimenta, as bombas e
as granadas de gás são extremamente tóxicas e já provocaram a morte de
Jawaher Abu Rahmah, de 33 anos, uma lutadora, membro da minha família
na Palestina, em 1 de janeiro de 2011. No caso de Jawaher, os médicos
afirmaram que, pelos efeitos devastadores dos gases no organismo dela,
era quase certeza que
havia fósforo branco (de uso proibido) misturado ao gás supostamente
lacrimogêneo. Mas mesmo esse provoca danos à saúde”, relata.
A jornalista conta que ela mesma já foi atingida por bombas de gás
israelense cujos efeitos duraram uma semana, tempo muito maior que o
comum. Com isso, a jornalista desconfia que o povo palestino seja
laboratório para as empresas testarem alterações nas fórmulas dos
gases.
O intercâmbio entre Brasil e Israel nessa frente assusta os defensores
dos direitos humanos, uma vez que os ativistas pelos direitos
palestinos são enfáticos ao definir o modelo de segurança israelense:
o terror de Estado.
A jornalista Baby Siqueira Abrão lembra que a violência e a
agressividade estão no DNA do Estado sionista, pois ele já nasceu com
a intenção de reprimir a população palestina, seja ela cristã ou
árabe. “Eles sempre foram bélicos, desde a origem, e foram
desenvolvendo essa indústria, pois precisavam disso para promover essa
‘higienização’, esse extermínio étnico. E, hoje em dia, o Estado
literalmente cria uma paranoia nas pessoas, faz com que elas acreditem
correr perigo o tempo todo, e assim ganha legitimidade para suas ações
e para investir na indústria de segurança”, explica. Para ela,
as bases de sustentação da indústria militar no país são a reprodução
do medo e a militarização da vida cotidiana.
Jamal Juma lembra, ainda, que a própria ONU reconheceu no relatório
Goldstone – que investigou os ataques militares de Israel em Gaza no
final de 2008 e começo de 2009 – haver vários indícios de crimes de
guerra e crimes contra a humanidade por parte do Estado israelense. “E
são incontáveis os relatórios feitos por diversas organizações
provando que o exército israelense viola sistematicamente os direitos
humanos”, complementa Juma.
Para ele, a situação é ainda pior quando constatamos que essas
violações podem ser entendidas e reconhecidas internacionalmente como
experiência e, portanto, gerem negócios, fazendo com que a indústria
bélica seja um dos principais setores da economia de Israel.
Assim, a indústria armamentista israelense lucra com a continuada
ocupação dos territórios palestinos, uma vez que desenvolve suas
armas, graças a essas “experiências” acumuladas com a ocupação.
“Infelizmente há muitos países, incluindo um país como Brasil que se
considera amigo da Palestina, que estão dispostos
a comprar ou desenvolver a indústria bélica em parceria com Israel e
sua indústria sustentada por crimes de guerra contra nosso povo.
Nossos corpos são os campos de batalha
deles”, lamenta Juma.
“Atualmente, as principais compras do Brasil no setor militar são
drones (aviões operados por controle remoto), diversos componentes de
alta tecnologia, mísseis e rifles, além de contratos para aprimorar
armamentos e aviões já existentes. Só que as empresas militares
israelenses, em geral, desenvolvem seus produtos com base no feedback
do exército de Israel, que, por sua vez, usa essas armas em crimes de
guerra ou reprimindo manifestações pacíficas”, aponta Jamal Juma.
No final de 2010, o Brasil reconheceu o
Estado Palestino, com as fronteiras de 4 de junho de 1967. Uma carta
enviada por partidos e pela sociedade civil, em agosto de 2011, ao
Ministro da Defesa Celso Amorim pede que ele, como chanceler que
também reconheceu publicamente o Estado Palestino, ajude a impulsionar
medidas de boicote à indústria bélica israelense junto ao governo
federal.
A carta é enfática: “O apoio à indústria militar israelense é parte da
conivência internacional com as políticas de apartheid, impede a
criação de um Estado palestino e contradiz a sua promessa de 2010 de
um Estado palestino. As relações militares atuais que o Brasil mantém
com Israel incluem a facilitação de lucros e a presença, em solo
brasileiro, de empresas israelenses envolvidas em abusos de direitos
humanos e crimes de guerra. Estes
fatos sugerem a violação dos deveres de Estados terceiros face ao
descumprimento do
direito internacional”.
A mesma recomendação é feita a Estados e municípios, que sejam
evitadas as parcerias com Israel, sobretudo nesta área. Nenhuma medida
de boicote, entretanto, foi adotada oficialmente pelo Estado
brasileiro até hoje. E, segundo os dados do Instituto Internacional de
Pesquisas da Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), compilados
pela campanha Stop The Wall, com base nos dados de exportação de armas
israelenses de 2005 - 2010, o Brasil foi o quinto maior importador de
armas israelenses.

Débora Prado é jornalista.
debora.prado@carosamigos.com.br

Interesses dos produtores israelenses de armas no Brasil

Conheça algumas das empresas, eventos e os interesses em jogo, que
tornam o Brasil um mercado atraente para a indústria bélica e de
segurança do Estado sionista. Os dados são da campanha Stop The Wall.

Empresa Elbit Systems:
- fornece armas que o Exército israelense usa para atacar civis e
promover “execuções extrajudiciais”. Fornece, também, equipamentos
para o Muro do Apartheid e para os assentamentos.
- comprou três empresas brasileiras de armas: a AEL, a Ares
Aeroespecial e Defesa S/A (“Ares”) e Periscópio Equipamentos
Optrônicos S/A (“Periscópio”).
- possui inúmeros contratos com as Forças Armadas brasileiras,
inclusive com o denominado Projeto Guarani, que é um contrato de US$
260 milhões para o fornecimento de torres de veículos armados não
tripulados.
- espera ganhar novos contratos para os Jogos Olímpicos e para a Copa
do Mundo no Brasil.

Israel Aircraft Industries (IAI):
- fornece armas que o Exército israelense usa para atacar civis e
promover “execuções extrajudiciais”. Além disso, fornece equipamentos
para o Muro do Apartheid e para os assentamentos.
- formou uma joint venture chamada EAE
com o Grupo Synergy. A subsidiária da IAI, a Bedek, usa os centros de
produção e manutenção da TAP M&E Brazil nos aeroportos do Rio de
Janeiro e de Porto Alegre.
- possui contratos com as Forças Armadas brasileiras e tenta ganhar
outros contratos com a Embraer.

Israel Military Industries (IMI):
- assim como muitas outras empresas israelenses de armas, já foi
acusada em casos de corrupção e suborno de funcionários públicos.
- deu a licença para a Taurus produzir os seus rifles Tavor no Brasil.
- O Exército brasileiro compra os rifles Tavor produzidos pela Taurus.

Feira LAAD – Defence & Security
- é a mais importante feira de eventos para a indústria de defesa e
segurança na América Latina. Reúne empresas brasileiras e
internacionais especializadas no fornecimento de equipamentos e
serviços para todos os três principais serviços das forças armadas,
polícia, forças especiais e serviços de segurança, bem como
consultores e agências governamentais. A feira é patrocinada pelo
Ministério da Defesa, pelos militares brasileiros e pelo Ministério
das Relações Exteriores e visitada pelas principais autoridades
políticas do país.

Campanha pelo boicote internacional a Israel

Para responder às violações de direitos humanos e internacionais
cometidas pelo Estado de Israel, entidades e ativistas buscam emplacar
a campanha de Boicotes, Desinvestimentos e Sanções (BDS) em diversos
países do mundo. Ela é a principal campanha internacional de
solidariedade a esse povo e contra qualquer forma de discriminação,
seja islamofóbica, antissemita ou outra.
Sua proposta é que governos e sociedade civil promovam embargos e
sanções contra o Estado de Israel até que se reconheçam os direitos do
povo palestino. Entre suas reivindicações estão:
- o fim imediato da ocupação militar e colonização de terras árabes e
a derrubada do muro do apartheid, que vem sendo construído na
Cisjordânia desde 2002, dividindo terras, famílias e impedindo os
palestinos do direito elementar de ir e vir;
- direitos civis iguais para todos os atuais habitantes de todo o
território histórico da Palestina, sejam palestinos ou judeus;
- o respeito ao direito de retorno dos refugiados palestinos às suas
terras e propriedades, das quais vêm sendo expulsos desde 1948, quando
foi criado o Estado de Israel, até os dias atuais.

CAMPANHA NO BRASIL
Especificamente sobre as relações brasileiras com Israel, a campanha
propõe ao governo que:
- rompa unilateralmente com o Tratado de Livre Comércio Israel-Mercosul;
- retire imediatamente o posto das Forças Armadas Brasileiras em Israel;
- cancele todos os contratos das Forças Armadas com empresas israelenses;
- exclua as empresas israelenses de participar de quaisquer
concorrências públicas;
- vete a instalação de empresas israelenses em território nacional ou
mesmo a aquisição de empresas nacionais por capitais israelenses;
- exclua as empresas israelenses de contratos para a Copa do Mundo e
os Jogos Olímpicos.