Ministra defende Rio como Patrimônio Cultural da Humanidade

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, discursará neste sábado (30), na 36ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (36ª WHC), que ocorre em São Petersburgo, Rússia, sobre a candidatura do Rio de Janeiro como Patrimônio Cultural da Humanidade.


Ana de Hollanda discursará em português. Além da ministra, integra a comissão brasileira, que está na reunião para defender a inscrição de mais um bem nacional na lista do Patrimônio Mundial, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida.

Compõem atualmente o Comitê da Unesco as delegações da Argélia, do Camboja, da Colômbia, Estônia, Etiópia, França, Alemanha, Índia, do Iraque, Japão, da Malásia, do Mali, México, Catar, da Rússia, do Senegal, da Sérvia, África do Sul, Suíça, Tailândia e dos Emirados Árabes Unidos.

A candidatura do Rio de Janeiro está inscrita na categoria Paisagem Cultural e foi entregue em setembro de 2009 à Unesco. Nela, consta um dossiê completo da candidatura, justificando sua importância e seu valor universal que está, principalmente, na soma da beleza natural da cidade com a intervenção humana. Em janeiro do ano passado, o Centro do Patrimônio Mundial da Unesco, sediado em Paris, decidiu pela inclusão da candidatura do Rio de Janeiro na agenda da 36ª WHC.

Ao justificar a candidatura do Rio, o Iphan lembra que a cidade é reconhecida como uma das cidades mais belas do mundo e encontra na relação entre o homem e a natureza a âncora para a sua candidatura. “Cidade que nasceu e cresceu entre o mar e a montanha, seus principais elementos que a tornaram excepcional e maravilhosa já são, há tempos, mundialmente conhecidos, como o Pão de Açúcar, o Corcovado, a Floresta da Tijuca, o Aterro do Flamengo, o Jardim Botânico e famosa Praia de Copacabana, além da entrada da Baía de Guanabara. As belezas cariocas incluem o Forte e o Morro do Leme, o Forte de Copacabana e o Arpoador, o Parque do Flamengo e a Enseada de Botafogo”, argumenta o Iphan, no documento.

Fonte: Agência Brasil

Festa Literária de Paraty homenagea Carlos Drummond de Andrade


Festa Literária de Paraty faz homenagem ao poeta

Cidadão da provinciana Itabira e poeta modernista, funcionário público e gauche na vida, Carlos Drummond de Andrade terá suas muitas facetas evocadas em Paraty a partir de quarta-feira, quando a Festa Literária Internacional de Paraty se une às comemorações dos 110 anos de nascimento do poeta.


Além dos debates na Tenda dos Autores e do lançamento de mais quatro títulos do projeto de reedição da obra completa de Drummond pela Companhia das Letras (“Antologia poética”, “Sentimento do mundo”, “As impurezas do branco” e “José”), a celebração inclui exposições, volumes de correspondência, a reedição de uma biografia do autor e a apresentação de uma peça inspirada nas cartas que trocou com sua filha, Maria Julieta. 

A Casa da Cultura de Paraty, principal sede da programação paralela da Flip, abrigará a exposição “Faces de Drummond — O poeta e seu avesso”. A mostra, patrocinada pelo jornal O Globo e organizada em parceria com a Associação Casa Azul e a Fundação Roberto Marinho, ocupará o segundo andar do espaço até 10 de dezembro. A mostra apresentará a trajetória do autor aos visitantes por meio de módulos cronológico-temáticos, como “O provinciano cosmopolita” ou “O funcionário gauche”. 

Com expografia do arquiteto Mauro Munhoz, diretor geral da Flip, e cenografia de Alvaro Razuk, “Faces de Drummond” tem como curadores Miguel Conde, diretor de programação desta edição da Flip; Flávio Moura, curador de projetos especiais e cocurador da homenagem a Drummond no evento; Hugo Sukman, gerente de comunicação da Fundação Roberto Marinho; e Mànya Millen, editora do caderno Prosa & Verso do Globo.

Exposição reúne fotos e inéditos dos anos 1920

O material que compõe a exposição reúne parte do acervo do Arquivo Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB). Organizado pelo próprio Drummond, o acervo inclui desde fotografias da infância até vídeos como o documentário “Fazendeiro do ar” (1972), de Fernando Sabino e Davi Neves, originais datilografados e contratos com editoras. 

Dentre o material da mostra, que promete ser uma das mais visitadas da Flip, o curador Miguel Conde destaca textos inéditos de Drummond que chegaram a ser reunidos, mas nunca foram publicados pelo poeta. 

"O que há de mais desconhecido e inédito, e que vale a atenção de quem for visitar, são os poemas dos anos 1920 que Drummond publicou em revistas e jornais da época, mas não fazem parte de nenhuma obra dele. Alguns destes poemas foram reunidos recentemente em um livro organizado por Antonio Carlos Secchin, grande conhecedor da obra de Drummond", diz Conde, referindo-se à recém-lançada coletânea “Os 25 poemas da triste alegria” (Cosac Naify). 

Além da mostra “Faces de Drummond”, os pequenos também terão sua própria exposição sobre o escritor itabirano na Flipinha. As imagens criadas pelo poeta em versos como “Na cidade toda ferro” e “as casas espiam os homens” viraram desenhos feitos por alunos de escolas públicas das cidades de Paraty, Rio Claro e Angra dos Reis e serão expostos durante a festa. As ilustrações foram baseadas no tema “Literatura — A obra de Carlos Drummond de Andrade” proposto por Graça Lima, ilustradora do Ponto de Cultura da Casa Azul. 

Livro traz correspondência com Cyro dos Anjos 

A relação intensa entre Carlos Drummond de Andrade e sua filha única Maria Julieta também ganhará voz e homenagem na Flip, com a peça “Cartas de Maria Julieta e Carlos Drummond de Andrade”. O monólogo será apresentado por Sura Berditchevsky no dia 5, às 21h30m, na Casa da Cultura. A encenação é uma leitura dramatizada da troca de correspondências entre “Querido Cacá” e “Filhinha muito pensada”, como se tratavam nas cartas . 

Para celebrar também a vida do escritor, a Globo Livros relança “Os sapatos de Orfeu”, publicado originalmente em 1993. É a única biografia de Drummond, escrita por José Maria Cançado, com prefácio do poeta Armando Freitas Filho, amigo de Drummond (ver entrevista ao lado). A editora lança ainda “Cyro & Drummond — Correspondência de Cyro dos Anjos e Carlos Drummond de Andrade”, organizado por Wander Melo Miranda e Roberto Said, professores de Letras da UFMG.

No dia 7, às 11h, o escritor Hermínio de Carvalho vai bater um papo com o público na Casa da Cultura sobre sua relação com Drummond e sobre seu livro “Áporo itabirano — Epistolografia à beira do acaso” (Imprensa Oficial), lançado no ano passado. Na Flip, a obra do poeta ganha homenagem também no DVD “Consideração do poema”, que será lançado na casa do Instituto Moreira Salles.

Fonte: Jornal O Globo